Por priorizar a máxima sustentabilidade da produção agrícola e combater ameaças fitossanitárias de forma mais eficaz, o Manejo Integrado de Pragas (MIP) representa, na atualidade, um conjunto de estratégias, cada dia mais, utilizadas em lavouras brasileiras.
Fonte: S2.glbimg
Na cultura do milho, ao utilizar corretamente as estratégias de manejo integrado, o agricultor consegue manter o equilíbrio do ambiente, preservando os inimigos naturais das pragas e impedindo intensos prejuízos econômicos.
Assim como ocorre em outras culturas, a adoção do MIP em lavouras de milho se baseia em alguns componentes padrão. Estes se iniciam com uma boa diagnose (avaliação do agroecossistema) e vão até à escolha dos métodos de controle (estratégias e táticas do MIP) a serem adotados.
Para falar sobre este tema, elaboramos este artigo. Nele vamos explicar um passo a passo para que você possa começar a fazer o Manejo Integrado de pragas na cultura do milho, sempre da forma mais eficiente e sustentável.
O que é o Manejo Integrado de Pragas?
Antes de entendermos o passo a passo para iniciar um manejo integrado de pragas no milho precisamos entender definitivamente o que é o MIP de forma geral.
Basicamente, o manejo integrado de pragas pode ser definido como o uso de um conjunto de ações que visem um controle de pragas mais eficaz e que assegure consequências que sejam econômica, ecológica e socialmente aceitas.
Quando bem empregada, o conjunto de ações de Manejo Integrado de Pragas limita os efeitos potenciais que os defensivos químicos podem causar na saúde pública e no meio ambiente.
O objetivo dessa estratégia não é o de eliminar os agentes que comprometem a produtividade, mas reduzir sua população de modo a permitir que seus inimigos naturais não sejam afetados e possam agir sobre suas presas favorecendo a volta do equilíbrio natural do ambiente.
Como o próprio nome diz, o Manejo Integrado de Pragas faz referência à integração de diferentes ferramentas e técnicas de controle. São elas:
- Controle cultural;
- Controle biológico;
- Controle comportamental;
- Controle genético;
- Controle varietal;
- Controle químico
Dessa forma, como visto no infográfico abaixo, o MIP envolve o emprego conjunto de todas essas ferramentas, que associadas ao correto monitoramento, garantem uma estratégia de controle mais planejada e harmoniosa.
Pilares do programa integrado de controle de pragas
Exatamente por isso, o sucesso do MIP requer o entendimento do sistema agrícola como um todo, além do conhecimento das interelações ecológicas entre os insetos agressores, seus inimigos naturais e o ambiente onde está a plantação está inserida.
Para saber mais sobre o conceito de MIP e sua importância para melhor controle de culturas agrícolas, vale muito a pena conferir o vídeo abaixo, que é o capítulo 2 de uma websérie elaborada pela Agrointeli.
Manejo integrado de pragas no milho: Essencial para manter a produtividade
Desde que foi desenvolvido na década de 40 o Manejo Integrado de Pragas tornou-se importante para todas as culturas, com o milho não seria diferente.
A cadeia produtiva do milho é bastante longa. Dessa forma, muitos são os fatores que porventura podem contribuir para redução da produtividade do grão. Uma das principais reduções se dá no início da produção, com o aparecimento de pragas na lavoura de milho.
Na fase inicial das plantas, estas pragas reduzem o stand das plantas drasticamente, bem como a densidade das sementes após a semeadura, e continuam representando uma ameaça em toda a fase vegetativa e reprodutiva.
Lagarta-da-espiga-do-milho (Helicoverpa armigera). Uma das principais pragas da cultura de milho
Tal fato só reforça a importância da escolha integrada das ferramentas de controle da população de pragas nas lavouras de milho, impedindo danos mais intensos.
O manejo integrado de pragas do milho é baseado na amostragem das populações de insetos-praga e inimigos naturais dessas pragas presentes na cultura. Dessa forma, via MIP, o controle de pragas só é efetuado caso a mesma venha a causar danos econômicos à cultura.
Como aplicar o MIP no milho na prática?
Você pretende fazer o MIP no milho adequadamente, mas não sabe por onde começar? Nós te ajudamos! Veja um passo a passo para adotar essa estratégia:
1.Pesquise as pragas presentes na cultura do milho
O primeiro passo para aplicar o MIP no milho da forma correta é identificar quais são as pragas existentes na área. Essa etapa é essencial, visto que um controle eficaz depende da correta identificação do inseto, já que cada situação exige um manejo específico.
2.Reconheça quais são os inimigos naturais
Depois de identificar as pragas presentes na área de produção, cabe ao produtor rural reconhecer quais são os reais inimigos naturais e entender como eles podem ser utilizados no controle.
3.Utilize o biocontrole
Na cultura do milho ou em qualquer outra cultura, o biocontrole serve para prevenir, reduzir ou erradicar a infestação de pragas na lavoura.
4.Faça o constante acompanhamento do clima
O clima é considerado um dos fatores que mais influencia a ocorrência de pragas nas lavouras de milho. Alguns problemas são mais típicos das épocas úmidas do ano, outras aparecem no tempo seco.
Assim, com as informações climáticas (umidade e variações de temperatura) há a possibilidade de fazer previsões e planejamento de curto e médio prazo.
5.Monitore as pragas constantemente
A busca pela harmonia do manejo integrado de pragas depende de um monitoramento constante das pragas na lavoura. Dessa forma, cabe ao agricultor coletar amostras por todo o desenvolvimento das plantas (da fase inicial até a espiga) para reconhecer quais são as pragas presentes e o grau de ameaça ao sistema produtivo.
Será por meio deste monitoramento que se obtém informações imprescindíveis sobre os insetos, ou seja:
- Quais são as pragas primárias e secundárias;
- Quais são inimigos naturais:
- Qual a frequência e época de ocorrência e etc.
Obter esses dados é fundamental para direcionar a melhor estratégia de controle baseada no manejo integrado de pragas, tais como a aplicação de defensivos ou manejo cultural.
O infográfico a seguir mostra as pragas que se fazem mais presentes na cultura do milho e da soja. Mostra também quais são os estádios vegetativos nestas culturas que as principais pragas surgem.
Calendário de pragas: manejo integrado de pragas (MIP) milho e soja
Neste contexto, o aplicativo Agrointeli será um grande aliado dos produtores de milho. Através dele, produtores terão maior confiança na tomada de decisão de aplicações de defensivos durante a safra, principalmente por terem um aumento de 30% no número de pontos monitorados pela mesma equipe.
Convidamos você a conferir o vídeo abaixo. Nele, você saberá como fazer o rastreio das pragas na cultura de forma simples e rápida.
6.Avalie o nível de dano
Na cultura do milho é muito importante avaliar cuidadosamente o nível de dano causado por determinadas pragas e então adotar a estratégia de controle mais adequada, consciente e sensata.
7.Implemente as melhores práticas agrícolas
Algumas práticas agrícolas tornam o plantio do milho menos vulnerável às pragas. Dentre as possibilidades, a rotação de culturas, a recuperação do solo, a seleção de espécies menos susceptíveis e os ajustes no cronograma da colheita são fundamentais para que o agricultor consiga evitar prejuízos mais sérios.
Estratégias associadas ao manejo integrado de pragas no milho
Explorar o controle através dos inimigos naturais; dimensionar o nível de tolerância da planta aos danos causados por determinada praga-alvo; monitorar as populações de insetos e; realizar a tomada de decisão de acordo com a biologia e ecologia da cultura do milho e de suas pragas em geral. Estes pontos são os princípios do Manejo Integrado de Pragas na cultura do milho.
Mas, dentre todos estes pontos, o monitoramento de pragas na lavoura de milho é possivelmente o mais importante. Ele admite que pode existir uma quantidade mínima de pragas na lavoura até um ponto que não cause quedas de produtividade e prejuízos econômicos, conhecido como nível de dano econômico (NDE).
A partir do momento que a amostragem a campo ultrapassa esse limite de dano econômico, é então tomada a decisão sobre qual será a melhor tática de controle. Essas táticas correspondem aos já conhecidos pilares do manejo integrado de pragas que, na cultura do milho, se baseiam em:
Controle cultural
Este é um método de controle preventivo e permanente na lavoura que consiste em reduzir a disponibilidade de alimentos para a praga, evitando a explosão populacional na entressafra.
Dentre os métodos de controle cultural na cultura do milho temos:
- Rotação de culturas;
- Escolha da melhor época de plantio e colheita;
- Destruição de restos culturais;
- Controle da adubação;
- Plantio direto;
- Controle biológico
Neste tipo de controle, o manejo de plantas daninhas na entressafra é também essencial. Na cultura do milho, as plantas daninhas podem atuar como “ponte verde” servindo de alimento e abrigo para muitas pragas. Por isso, o manejo destas pode influenciar em uma melhor eficiência no manejo de pragas quando a cultura do milho for estabelecida.
O controle biológico é usado no combate à principal praga das lavouras de milho
Controle comportamental
Consiste no uso de feromônios, plantas repelentes, armadilhas e semioquímicos. Os feromônios, por exemplo, podem ser utilizados em conjunto com armadilhas para atrair machos e realizar a coleta massal de insetos. Podem também impedir encontro entre machos e fêmeas, interrompendo o acasalamento.
Controle varietal
Consiste no uso de variedades transgênicas que expressam proteínas inseticidas (Bt) para o manejo eficiente da praga. Nos últimos anos, a tecnologia Bt representa uma importante ferramenta para o manejo integrado de pragas na cultura de milho. Entretanto, para que sua eficácia seja alcançada, alguns pontos precisam ser levados em consideração, tais como a escolha de híbridos e cultivares adaptados e a adoção de boas práticas agronômicas.
Controle químico
Essa estratégia é bastante conhecida e consiste na utilização de inseticidas e fungicidas seletivos que tenham ação somente sobre as pragas e doenças, mantendo vivos os inimigos naturais. Inseticidas com amplo espectro, como eram comumente usados, leva a morte indiscriminada dos inimigos naturais, causando desequilíbrio ecológico e levando ao surgimento de pragas cada vez mais resistentes.
Além do mais, para evitar o desenvolvimento de insetos resistentes a esses produtos, deve-se também prestar atenção na rotação de ingredientes ativos e de modos de ação desses produtos.
Dessa forma, todo esse conjunto de técnicas do MIP visam a volta do equilíbrio natural do meio ambiente, aumentando a resistência biótica e evitando que novas pragas se estabeleçam nas lavouras de milho.
Continue acompanhando o blog da Agrointeli e fique sempre bem informado sobre a gestão agrícola.
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