PRINCIPAIS PRAGAS DO MILHO: TUDO QUE VOCÊ NÃO PODE DEIXAR DE SABER

Há diversas pragas, doenças e plantas daninhas relacionadas às diferentes fases do desenvolvimento do milho. Em um dos nossos últimos posts detalhamos para você sobre a lagarta do cartucho, que já causou só no Brasil cerca de US$ 400 milhões de prejuízo.

Além dessa, outras não menos importantes podem provocar até 91% de danos severos na cultura, conforme estudo.

Diante desse cenário surgem várias perguntas como:


  • A quais insetos devo estar atento?

  • Que tipos de danos provocam na planta do milho?

  • Quando devo controlar?

  • Quais são os métodos de controle?

Calma produtor, vamos agora esmiuçar esses, e outros pontos de atenção para que o seu cultivo não faça parte dessa triste estatística. Visando melhor direcioná-lo a apresentação das pragas foi dividida a partir do hábito subterrâneo (corós e larvas) ou de superfície (lagartas e percevejos) das nossas personagens.

PRAGA DA RAÍZ (CORÓS E LARVAS)

  • Coró das pastagens (Diloboderus abderus)

Os adultos (FIGURA 1) possuem em média 3 cm de comprimento, de coloração marrom-escuro, possuem chifres (apenas machos) e se alimentam de folhas. São encontrados nos primeiros meses do ano junto com os ovos. Após a postura, os ovos eclodem após cerca de duas semanas.

As larvas vivem em galerias subterrâneas e conhecidas como corós. São esbranquiçadas, recurvadas em formato de “C” e possuem 3 pares de pernas torácicas, com cabeça marrom ou castanha (FIGURA 2). Alimentam-se de sementes, plântulas, raízes e folhas, que puxam para dentro das galerias.

As consequências do ataque são: redução na germinação, falhas nas linhas de plantio e tombamento, com morte de plantas e redução na produção. Esses danos geralmente ocorrem em reboleiras.

O principal manejo é com inseticidas, mas técnicas como preparo antecipado da área, eliminação de hospedeiros alternativos e plantas voluntárias (como plantas daninhas) e, destruição dos restos de cultura após a colheita auxiliam na redução dos níveis populacionais dos corós.

  • Larva arame (Conoderus spp., Melanotus spp.)

Insetos de hábitos noturnos conhecidos como vaga-lumes (FIGURA 3A) colocam seus ovos no solo e em alguns dias, eclodem larvas esbranquiçadas e de corpo macio.

Com o tempo, essas se tornam amareladas ou marrons, com as extremidades escuras e o corpo fica bastante rígido, o que lhes confere o nome de larva-arame (FIGURA 3B). Com aproximadamente 2 cm de comprimento, ficam no solo por até 5 anos.

Provocam falhas nas linhas de plantio, redução do vigor das plântulas e definhamento das plantas maiores por destruírem parte das raízes.

O controle é feito com inseticidas fosforados sistêmicos, registrados para a cultura.

Após um respiro mais prolongado e talvez um copo de água, sigamos nosso tour para as PRAGAS DE SUPERFÍCIE.

  • Percevejos (Euschistus heros; Dichelops spp.)

Segundo a EMBRAPA esses insetos (FIGURA 4) podem atacar de forma severa no início da cultura, mas também se alimentam dos grãos em enchimento, podendo acarretar cerca de 60% de redução do peso dos grãos e até 98%  germinação em sementes.

Áreas não monitoradas ou não dessecadas, vizinhas a áreas de trigo e a áreas de soja, precisam ainda de mais cuidado. Se houver descuido no controle do percevejo no trigo ou na soja, a tendência é que eles migrem para a área de milho resultando sérios prejuízos.

Os danos provocados são classificados em leve, médio e severo conforme figura a seguir.

O dano clássico do percevejo aparece quando a planta de milho se desenvolve e emite as folhas novas, normalmente entre V4 e V6, quando uma sequência de furos de forma transversal fica aparente no comprimento da folha. Isso ocorre porque no momento da picada do percevejo para sucção da seiva (V2 a V4), as folhas ainda estão enroladas dentro da planta e somente apresentam o sintoma quando crescem e se expandem. 

Deve-se realizar o monitoramento – que pode ser feito através da contagem e avaliação direta no local ou armadilhas atrativas – e controle devem ser realizados de maneira preventiva.

Tratar sementes com produtos específicos para sugadores (como neonicotinoides) e, se necessário, aplicação complementar de produtos específicos para sugadores nos primeiros estágios de desenvolvimento da cultura (V2-V4).

Além disso, como estão muito presentes no final do ciclo da soja e após a colheita os percevejos buscam fontes alternativas de alimento, como as plantas daninhas, por isso o uso de dessecantes é uma alternativa complementar eficaz para o seu controle.

  • Lagarta rosca (Agrotis ipsilon)

Adultos são mariposas de pardas a marrom que colocam seus ovos nos colmos, hastes folhas e solo. Após eclosão surgem lagartas robustas de cor cinza a marrom (FIGURA 6).

Os prejuízos causados pelas lagartas são significativos principalmente na fase inicial da cultura, pois as plântulas têm menor capacidade de recuperação. Os insetos atacam sementes, hastes e folhas, em especial aquelas mais próximas do solo.

Em consequência do seu ataque, surgem falhas de germinação nas linhas de plantio e as plantas mais jovens murcham e tombam. Já em plantas adultas, são abertas galerias na base do caule e nas raízes mais superficiais.

Os níveis de controle ou de ação para essa praga ainda não foram estabelecidos na cultura do milho, portanto prevenir mais uma vez é a melhor opção.

Tratar sementes com inseticidas sistêmicos, aplicar agrotóxicos granulados por ocasião da semeadura do milho, pulverizar caldas inseticidas na base das plantas e usar isca tóxica são técnicas recomendadas no manejo dessa praga.

Os principais inimigos naturais da lagarta-rosca são moscas e vespas parasitoides, embora o controle biológico dessa praga normalmente seja pouco eficaz, alcançando níveis situados entre 10% e 20%.

    • Lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda)

    Ah, essa já é sua conhecida, pois já conversamos sobre ela há bem pouco tempo, mas vamos relembrar um pouco.

Hoje considerada a principal praga do milho, pode provocar 34% de perda da produção, afetando desde plantas jovens às espigas.

O monitoramento deve ser semanal e a intervenção imediata ao perceber-se 20% das plantas infestadas.

A praga, além de atacar normalmente durante a fase de cartucho, pode também atacar a plântula ou mais tardiamente atacar a espiga.

Controle deve ser realizado por meio de inseticidas, tratamento de sementes e até mesmo pelo controle da população por meio de ferormônios.

Para mais detalhes sobre a lagarta do cartucho consulte o nosso post.

  • Lagarta da espiga (Helicoverpa zea)

A lagarta-da-espiga infesta gramíneas, solanáceas, leguminosas e plantas de outras famílias botânicas.

A mariposa coloca seus ovos e à medida que a larva desenvolve ela dirige-se para a ponta da espiga para alimentar-se dos grãos em formação. Os prejuízos estimados para essa praga é cerca de 8% nos rendimentos, conforme informações da EMBRAPA.

Pela localização da praga o controle convencional por meio da pulverização tem baixa eficiência.

Um controle efetivo pode ser conseguido através da liberação de vespas do gênero Trichogramma, comercialmente disponíveis no mercado brasileiro.

De maneira geral, onde ainda existe o equilíbrio biológico o controle natural através de Trichogramma, ou da tesourinha, Doru luteipes ou de espécies de Orius tem sido suficiente para manter a praga com nível populacional insuficiente para causar dano econômico.

CONCLUSÃO

Para garantir que os híbridos de milho expressem todo o seu potencial produtivo, é muito importante saber como identificar essas pragas no campo e realizar o controle adequado no ponto de infestação correto.

Vale ressaltar que além dessas há diversas outras pragas e também diversas doenças não menos importantes para a cultura do milho.

A leitura de materiais como esse post e o uso de ferramentas adequadas de controle proporcionarão a você a habilidade de identificação das pragas em seus diversos estágios de desenvolvimento, resultando no sucesso frente aos desafios enfrentados a cada safra.

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Renato Borges

Renato Borges

Filho e neto de produtor rural e sempre com a cabeça em tecnologia. Eleito pela Forbes os jovens mais promissores do Brasil na próxima década. Eleito pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology) um dos jovens mais inovadores da américa latina. Engenheiro de formação, criou a Agrointeli que é uma plataforma comercial e agronômica em mais de 1000 fazendas, 19 estados, 300 empresas e 5 países.
Renato Borges

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Filho e neto de produtor rural e sempre com a cabeça em tecnologia. Eleito pela Forbes os jovens mais promissores do Brasil na próxima década. Eleito pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology) um dos jovens mais inovadores da américa latina. Engenheiro de formação, criou a Agrointeli que é uma plataforma comercial e agronômica em mais de 1000 fazendas, 19 estados, 300 empresas e 5 países.
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Marketing Agrointeli
Admin
11 meses atrás

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11 meses atrás

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Marketing Agrointeli
Admin
11 meses atrás
Reply to  binance code

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