Imagine reduzir hoje suas aplicações de defensivos agrícolas em 50%?
Essa é uma das vantagens que o manejo integrado de pragas da soja pode trazer para sua lavoura!
Considerando que os gastos com defensivos são responsáveis pela maior parte dos custos de produção da maioria das culturas, adotar estratégias que te ajudem a gastar menos com as aplicações é investir diretamente no seu lucro.
Além disso, o manejo integrado de pragas da soja ainda pode agregar diversos outros benefícios que perdurarão em suas safras futuras.
Mas afinal, como começar a implantar essa técnica na prática? Continue a leitura e confira nossas dicas de como fazer o Manejo Integrado de Pragas da soja!
(Fonte: Fundação MT)
A importância do manejo integrado de pragas da soja
Qualquer cultura pode se beneficiar com os resultados de um MIP bem feito. No entanto, as lavouras de soja apresentam um impacto positivo ainda mais intenso.
Isso, porque, essa cultura é atacada por pragas ao longo de todo o seu ciclo, sendo necessário um grande investimento em medidas de controle que ainda não conseguem evitar totalmente a perda na produtividade.
As principais pragas da soja se resumem em dois tipos: lagartas e percevejos. Com um grande potencial de danos e prejuízos, essas duas classes precisam de uma manejo correto e eficiente.
De acordo com dados da Embrapa, as lavouras de soja que não fazem uso do MIP chegaram a registrar uma média de 4 a 6 aplicações de defensivos por safra, número abusivo e prejudicial não só para a lavoura e para o bolso do produtor, mas também para o meio ambiente.
O uso frequente do controle químico de pragas causa um grande desequilíbrio agroecológico na propriedade, estimulando o aparecimento de outras pragas secundárias da soja, como ácaros e mosca branca.
Além disso, ao repetir sempre o mesmo produto (modo de ação e princípio ativo), o produtor acaba selecionando pragas resistentes, que cruzarão entre si e resultarão em uma população incontrolável e com alto poder destrutivo para as plantas.
Com o uso do MIP na soja, produtores do Paraná estimulados pela Embrapa conseguiram reduzir as aplicações de defensivos para 1 ou 2, enquanto a média estadual das lavouras sem MIP foi de 4 a 7 aplicações – uma redução expressiva de 55%.
Principais pragas da soja e seu manejo integrado
Confira a seguir quais são as principais pragas da soja e como realizar o manejo integrado de cada uma delas para garantir um MIP eficiente em sua lavoura.
(Fonte: Sementes Agroceres – Manual de pragas do milho, soja e algodão)
Lagarta da soja
A lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis) age como desfolhadora na lavoura, atacando primeiramente as partes aéreas da planta. Além disso, ela ainda pode permanecer até a fase de enchimento dos grãos.
Em relação ao controle da lagarta da soja dentro do manejo integrado de pragas, o nível de controle (NC) é de 20 lagartas grandes (>1,5cm) por metro linear. Para monitoramento via desfolha, o controle deve ser feito com 30% de desfolha antes da floração ou 15% no período de início da floração.
O controle pode ser feito por meio de uso de variedades resistentes (tecnologia Bt) ou com inseticidas reguladores de crescimento.
Leia também: Como fazer o controle da cigarrinha-do-milho
(Fonte: Embrapa)
Lagarta do cartucho
A lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda) perdura em todas as fases de desenvolvimento da soja. Por se alimentar de diversos tipos de plantas, é importante observar se há a presença da praga em restos de cultura usados como cobertura, como aveia, trigo ou milheto.
Por isso, o controle cultural é um dos métodos essenciais para combater essa praga no MIP da soja, além de técnicas de controle biológico. Não é recomendada a aplicação de defensivos químicos na fase de dessecação da área.
(Fonte: mais soja)
Lagarta elasmo
A lagarta elasmo (Elasmopalpus lignosellus) tem maior incidência em regiões mais secas e com temperatura alta. Com alto potencial de danos, uma lagarta pode atacar até 3 plantas de soja em sua fase larval.
Uma boa forma de evitar a incidência dessa praga na lavoura é fazer o uso do plantio direto, que preserva a umidade do solo.
Caso essa praga seja recorrente em sua área, o tratamento de sementes pode ser uma boa solução, tendo em vista que o controle químico é pouco eficiente para o combate dessa praga.
(Fonte: Embrapa)
Lagarta falsa medideira
A lagarta falsa medideira (Chrysodeixis includens) causa grande prejuízo pela desfolha nas plantas de soja. A ocorrência é geralmente no início das folhas, mas pode durar até a fase de enchimento dos grãos.
O nível de controle (NC) dessa praga é de 20 lagartas grandes (>1,5 cm) por metro linear, ou quando a desfolha atingir 30% antes da floração e 15% no início da floração.
Algumas opções de controle dentro do MIP na soja é o uso de variedades resistentes e inseticidas reguladores de crescimento.
(Fonte: Embrapa)
Mosca branca
A mosca branca (Bemisia sp.) é um inseto praga sugador, que também pode transmitir doenças e fungos para as plantas. O ataque é feito tanto na fase reprodutiva, quanto na fase vegetativa, tendo maior incidência durante o enchimento dos grãos.
O controle cultural é bastante eficiente para a mosca branca na soja, com técnicas como eliminação de restos culturais e plantas hospedeiras, escolha da melhor época de semeadura e rotação de culturas.
Leia também: Este é o motivo que você não pode deixar de fazer o MIP – Manejo Integrado de Pragas
(Fonte: Embrapa)
Percevejos
A presença dos percevejos pode ser notada pelo odor que esses insetos liberam no solo. Nas lavouras brasileiras de soja, os principais tipos de percevejos são:
- Percevejo castanho (Scaptocoris spp.)
- Percevejo marrom da soja (Euschistus heros)
- Percevejo verde pequeno (Piezodorus guildinii)
- Percevejo verde (Nezara viridula)
Essas pragas sugam a seiva das raízes, gerando deficiências, afetando o desenvolvimento e a produtividade da lavoura.
Para realizar o MIP dessa praga na soja, é fundamental realizar monitoramentos frequentes antes da instalação da lavoura. Isso, porque, o melhor controle para os percevejos na soja é o controle preventivo.
Em alguns casos, o controle biológico pode ser usado como medida de remediação e redução da densidade populacional dessa praga.
(Fonte: Embrapa)
Questões sobre o manejo integrado de pragas da soja
Além de conhecer bem sua lavoura e as pragas recorrentes de sua cultura, o MIP da soja também precisa seguir outras recomendações importantes para dar certo.
Nível de controle (NC)
O monitoramento das pragas presentes na lavoura é fundamental para um MIP de sucesso. Dentro desse monitoramento, as pragas são classificadas de acordo com sua densidade populacional e o seu respectivo nível de equilíbrio (NE), nível de controle (NC) e nível de dano econômico (NDE).
As ações de controle só devem ser implantadas quando determinada praga atinge o seu NC. Dependendo da praga e de sua agressividade, o seu nível e método de controle pode variar.
Na tabela abaixo você pode conferir alguns exemplos de níveis de controle indicados para as principais pragas na fase reprodutiva da soja:
(Fonte: Sementes Agroceres – Manual de pragas do milho, soja e algodão)
No entanto, caso sua lavoura tenha aumento da recorrência dessas pragas em estágios mais iniciais, há novas recomendações em relação ao nível de controle:
- Estágio vegetativo – desfolha: 30% de desfolha.
- Estágio reprodutivo – desfolha: nível de ação é de 15% de desfolha.
- Estágio reprodutivo – legumes: 10 lagartas por metro ou 10% dos legumes atacados.
- Considerando a amostragem pelo método da batida de pano para contagem de insetos: 20 lagartas grandes (>1,5 cm) por metro.
Monitoramento
Para manter os níveis sempre em equilíbrio e se livrar dos prejuízos e danos econômicos, o monitoramento de pragas na soja deve ser constante. As principais formas de monitorar sua área, são:
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Pano de batida
O pano de batida ajuda a detectar pragas e inimigos naturais na área. Nesse método, a indicação é de no mínimo 6 amostragens para áreas de até 10 ha, 8 para lavouras de até 30 ha e 10 batidas para lavouras de até 100 ha.
(Fonte: Embrapa)
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Uso de armadilhas
Também é possível monitorar as pragas da área através de armadilhas, que podem ser luminosas, adesivas ou com uso de feromônios. Essas técnicas também podem ser usadas como método de controle dentro do MIP.
(Fonte: Grupo Cultivar)
Métodos de controle
A escolha do método de controle ideal é tão importante quanto agir no momento certo para recuperar o equilíbrio agroecológico da lavoura. A redução das aplicações de defensivos químicos se deve a variedade de técnicas de controle que o MIP apresenta.
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Controle cultural
O controle cultural ajuda a reduzir a densidade populacional das pragas e a manter os inimigos naturais na área. Além disso, são usadas técnicas básicas de manejo que também colaboram no aumento da produtividade.
Como exemplo, podemos citar o uso de sementes de qualidade, a rotação de culturas, a limpeza da área antes do plantio, e o uso de refúgios com plantas hospedeiras alternativas que atraiam as pragas.
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Controle comportamental
O controle comportamental basicamente envolve o uso de práticas que alterem o comportamento das pragas. Por exemplo, uso de feromônio para confundir os insetos no momento de acasalamento.
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Controle biológico
O controle biológico na soja apresenta vários benefícios e resultados surpreendentes. Além de controlar as pragas, esse método preserva os inimigos naturais no campo, facilitando o manejo e mantendo o nível de equilíbrio por mais tempo.
Uma das alternativas do controle biológico de pragas da soja é realizar a soltura de inimigos naturais cultivados em laboratório na área. O uso do baculovirus, por exemplo, tem sido expressivo no controle da praga helicoverpa armigera.
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Controle varietal
Outra boa alternativa para o MIP na soja é fazer o uso de variedades resistentes, como as plantas transgênicas. Essa técnica ajuda a combater pragas importantes da soja, como as lagartas desfolhadoras.
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Controle químico
Por fim, o controle químico também pode ser usado no MIP, mas de uma maneira consciente e sustentável. Com a recuperação do equilíbrio entre pragas e inimigos naturais, a necessidade de fazer aplicações reduzirá consideravelmente.
No entanto, ao ter que fazer uso desse método, é importante respeitar a rotação de ingrediente ativo e modo de ação, evitando repetir sempre o mesmo produto. Dessa forma, você evita a seleção de pragas resistentes, aumentando a eficiência de sua ação.
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