Como é feita a adubação de cobertura?

Adubação de cobertura: Porque e como fazer, além das principais recomendações de adubação de cobertura no milho, na soja e no feijão.

Durante o processo de condução de uma lavoura, sempre estará presente a etapa de adubação, seja ela mineral ou orgânica.

Uma etapa importante tecnicamente e também no aspecto econômico: constitui um dos maiores  custos de produção.

Mas para otimizar custos e aumentar a produtividade é preciso compreender alguns pontos, como marcha de absorção dos nutrientes em cada cultura.

Aqui reunimos esses principais pontos para colocá-los em prática na rotina do campo. Confira a seguir!

Adubação de cobertura

Fonte: Imea em Soja Brasil.

Mas, afinal o que é adubação de cobertura?

A adubação de cobertura pode ser definida como uma estratégia para manter o nível de nutrientes no solo durante o desenvolvimento de uma determinada lavoura.

Vamos ver neste texto um pouco mais sobre a recomendação de adubação de cobertura no milho, na soja e no feijão.

Adubação de cobertura do milho

Para entendermos melhor porque é feita a adubação de cobertura no milho, temos que observar os períodos em que a cultura precisa dos nutrientes.

Porcentagem do N total na planta, absorvido antes e após o florescimento; e porcentagem do N no grão absorvido pós-florescimento (VT-R1) e remobilizado de outras partes da planta. 

Adubação de cobertura

Fonte: DeBruin; Buntzen, 2015

Como podemos ver na figura acima, 63% da absorção de nitrogênio pela planta de milho ocorre até o florescimento e, 37% após o florescimento.

Portanto, precisamos garantir que haja a quantidade necessária de nitrogênio no solo.

Assim, como o nitrogênio é um elemento móvel no solo, com potencial de perdas por lixiviação, a aplicação do fertilizante nitrogenado é feita com o parcelamento da dose.

A primeira adubação é realizada no plantio (50 kg/ha) e a segunda em cobertura, quando o milho estiver com 2 a 4 folhas (V2 – V4).

A adubação de cobertura com nitrogênio no milho deve ser feita no máximo até V4, pois é nesse estádio que a cultura define o potencial produtivo.

Aspecto visual do milho no estádio V4 (4 folhas verdadeiras), momento em que o milho define o potencial produtivo e limite para o encerramento da aplicação de nitrogênio em cobertura. Maracaju/MS. 

Adubação de cobertura

Fonte: FUNDAÇÃO MS, 2010

Aplicação de potássio em cobertura na cultura do milho

O potássio requer o parcelamento da dose a ser aplicado quando esta for acima de 50 kg/ha de cloreto de potássio, evitando prejuízo à semente devido à salinidade causada por esse fertilizante.

Essa adubação de cobertura, deve ser realizada no máximo até 30 dias após a semeadura do milho (entre V3 e V4).

Saiba mais em detalhes sobre a adubação de cobertura no milho neste artigo.

Adubação de cobertura na soja

Na cultura da soja, vamos nos preocupar com a adubação de cobertura para o potássio.

O potássio é absorvido pela soja até aproximadamente o estádio R5.5. (enchimento de grãos), estádio em que temos 76 a 100% de granação em um dos 4 nós superiores na haste principal.

Marcha de absorção de potássio na soja.

Adubação de cobertura

Fonte: Embrapa.

Deste modo, na cultura da soja a adubação de cobertura é realizada com potássio, quando as doses necessárias são maiores do que 50 kg/ha ou, o teor de argila do solo é inferior a 40%.

Assim, caso você precise parcelar a aplicação de potássio na soja, você deve utilizar ⅓ da dose na semeadura e ⅔  da dose em cobertura (de 30 a 40 dias após a semeadura).

O parcelamento do potássio é importante para ajudar a diminuir o risco de salinidade na germinação das sementes, principalmente quando houver estresse hídrico e, evitar as perdas por lixiviação em solos de textura média a arenosa.

Adubação de cobertura para feijão

Na cultura do feijão, a maior demanda por nutrientes está na fase que antecede à floração, que ocorre em torno de 45 dias após a emergência.

Mesmo realizando a fixação biológica de nitrogênio, a quantidade necessária não é suficiente.

Assim, de acordo com a análise de solo e da quantidade necessária, a adubação é feita com ⅓ na semeadura e ⅔ em cobertura (25 a 30 dias após a emergência), com doses de nitrogênio variando de 40 a 120 kg/ha.

A dose de nitrogênio necessária depende do nível de tecnologia e da produtividade esperada para o feijão.

Podemos destacar algumas diferenças em relação ao sistema convencional e o plantio direto.

No sistema convencional, a adubação nitrogenada tem sido realizada no sulco de semeadura, junto com fósforo e potássio e, em cobertura (25 dias após a emergência).

Já, no sistema plantio direto, a aplicação em cobertura do nitrogênio é realizada aos 15 e 30 dias após a emergência do feijão.

À esquerda, planta com nutrição normal; à direita, planta deficiente em nitrogênio.

Adubação de cobertura

Fonte: Seja o doutor do seu feijoeiro.

Em relação ao potássio, temos 2 momentos de maior de absorção, que ocorrem na diferenciação dos botões florais (25 a 35 dias após a emergência) e no florescimento e formação das vagens (45 a 55 dias após a emergência).

A recomendação para parcelamento da dose de potássio em feijão, ocorre em solos arenosos no qual metade da dose é aplicada na semeadura e a outra metade em cobertura (25 a 30 dias após a emergência).

Conclusão

Neste texto vimos como fazer a adubação de cobertura nas culturas da soja, do milho e do feijão.

Você também viu dicas de quais os momentos ideais para fazer a adubação de cobertura de acordo com o máximo aproveitamento pelas culturas.

Agora que você já tem todas essas dicas, que tal fazer a adubação de cobertura e garantir a produtividade da sua lavoura?

 Gostou do texto? Tem mais dicas sobre como é feita a adubação de cobertura? Adoraria ver o seu comentário abaixo!

agrointeli

Ana Lígia

Ana Lígia

Engenheira Agrônoma e mestre pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Doutora em Fitotecnia pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/USP). Especialista em Agronegócio pela mesma instituição (ESALQ/USP - Pecege). Atualmente, professora da UNIFEOB.
Ana Lígia

Ana Lígia

Engenheira Agrônoma e mestre pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Doutora em Fitotecnia pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/USP). Especialista em Agronegócio pela mesma instituição (ESALQ/USP - Pecege). Atualmente, professora da UNIFEOB.
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Washington Cézar dos Santos
Washington Cézar dos Santos
4 anos atrás

Muito bom artigo…Obrigado por compartilhar e Parabéns!!!!

Sebastiao i. Hachiguti
Sebastiao i. Hachiguti
2 anos atrás

Gostei, eu estava em duvida em que momento fazer a adubação

Marketing Agrointeli
Admin
1 ano atrás

Que bom que conseguimos te ajudar, Sebastião!