Adubação de cobertura no milho: como e quando fazer o parcelamento das doses de nitrogênio, potássio e fósforo para altas produtividades.
Os nutrientes minerais não são todos adquiridos ao mesmo tempo ou usados da mesma maneira pelas plantas de milho.
Para que sua safra alcance um alto rendimento devemos ter em mente como e quais as necessidades em cada etapa do ciclo da cultura.
No entanto, sabemos cada nutriente tem seu comportamento no ambiente e a operação de aplicação de fertilizantes também é custosa.
Por isso, aqui veremos em quais condições o parcelamento realmente vale a pena e como fazer da melhor maneira para obter alta produtividade!
Adubação de cobertura no milho: Exigência de nutrientes durante o ciclo
A adubação de cobertura no milho tem que levar em conta a exigência nutricional dessa planta durante seu ciclo. Então, veremos a seguir as exigências gerais do milho em diferentes etapas:
Da emergência até V6
- Nitrogênio: Doses altas são necessárias nesta fase para impulsionar o crescimento e o desenvolvimento. Fornecer N suficiente neste momento também resultará na extensão do colmo
- Potássio e fósforo: Para promover um forte crescimento das folhas e construir um bom dossel da cultura
- Enxofre e magnésio: Esses nutrientes mantém um crescimento vigoroso e saudável das folhas
- Zinco e boro: São necessários nessa etapa para manter e favorecer o crescimento e perfilhamento
- Outros micronutrientes: Asseguram que o crescimento fotossintético não seja limitativo
Fonte: Coopfe
De V6 até VT – Crescimento vegetativo
- Nitrogênio – Necessário, mas em quantidades menores para manter a produção de matéria seca e proteína, mas não comprometer a estabilidade e a maturidade da cultura
- Potássio: Para produção e síntese de proteínas
- Magnésio, enxofre e demais micronutrientes: Para manutenção de um forte crescimento das folhas, desenvolvimento do dossel e proteínas dos grãos.
De R1 até R6 – Crescimento reprodutivo
- Nitrogênio: Para garantir bons níveis de proteínas e equilibrar o potássio
- Potássio: Para maximizar o crescimento e a produtividade
- Zinco – Para manter alta absorção durante o enchimento de grãos
Adubação de cobertura no milho: nitrogênio
Aqui no Brasil é comum verificar a crença de que quanto mais parcelar a dose de nitrogênio durante o ciclo de milho, mais eficiência o sistema terá pela diminuição de perdas.
Com isso, muitas produções irrigadas fazem a fertirrigação do nitrogênio em milho com 6 ou 7 parcelamentos.
Mas esse conceito não é totalmente verdadeiro.
Experimentos no país mostraram que a aplicação parcelada de nitrogênio em 2 ou mais vezes, com 60 a 120 kg/ha, não refletiram em maiores produtividades em relação a uma única aplicação na fase inicial de maior exigência da cultura, ou seja, 30 a 35 dias após a semeadura.
Mas atenção! Esses resultados foram para solos de textura média e argilosa, com
teores de argila variando de 30 a 60 %. Para solos arenosos (80 a 90 % de areia), essa adubação realmente precisará de maior parcelamento.
Aproveitando o assunto, só por esse ponto já é evidente a importância de uma análise de solo (física e química) bem feita, não é mesmo?! Então capriche nas amostras e não esqueça de refazer as análises químicas pelo menos anualmente.
Em geral, a recomendação de parcelamento é que ele ocorra até 35 dias após a semeadura, conforme figura abaixo mostra:
Quando parcelar o nitrogênio para adubação de cobertura no milho?
Segundo Embrapa, para as condições do nosso Brasil devemos usar maior número de parcelamento quando:
- Temos altas doses de nitrogênio (120 a 200 kg/ha)
- Solos de textura arenosa
- Áreas sujeitas a chuvas de alta intensidade
Por outro lado, a aplicação única de nitrogênio em milho é recomendada quando tivermos as seguintes condições:
- Doses baixas ou médias de nitrogênio (60 a 120kg/ha)
- Solos de textura média e/ou argilosa
- Plantio intensivo, sem o uso de irrigação, em que a distribuição do fertilizante é feita
Recomendação de parcelamento de nitrogênio em milho
A mesma instituição, Embrapa, através de estudos, sugere diferentes programas de aplicações parceladas de nitrogênio em cobertura na cultura do milho conforme mostra tabela abaixo:
Fonte: Embrapa e Coelho et al. (1991)
Adubação de cobertura no milho: potássio
O potássio também requer o parcelamento da dose a ser aplicado, especialmente quando esta for acima de 50 kg/ha de cloreto de potássio ou quando o solo é arenoso.
A aplicação de doses acima deste valor (50 Kg/ha) no plantio, podem prejudicar as sementes de milho devido a salinidade.
A máxima absorção de potássio pela planta de milho acontece no período de desenvolvimento vegetativo, com elevada taxa de acúmulo nos primeiros 30 a 40 dias de desenvolvimento.
Até o estádio de pendoamento, a planta de milho acumula em torno de 50% da matéria seca e absorve mais de 80% da necessidade de potássio.
Por isso, ao contrário do nitrogênio, que permite maior flexibilidade na época de aplicação, sem prejuízos na produção, o potássio deve ser aplicado no máximo até 30 dias após o plantio.
Portanto, o melhor é aplicar metade da dose no plantio, e a outra metade na adubação de cobertura junto ao nitrogênio, aproveitando já a operação agrícola.
Acúmulo de matéria seca, nitrogênio, fósforo e potássio na parte aérea de plantas de milho.
Fonte: modificada de Karlen et al. (1987)
Adubação de cobertura no milho: fósforo
O fósforo é muito menos requerido no milho do que o nitrogênio, porém as doses são igualmente altas, já que o fósforo tem baixa eficiência de aproveitamento (20 a 30 %), especialmente nos solos brasileiros devido a alta fixação do P.
Além disso, plantas de intenso desenvolvimento, de ciclo curto como o milho, requerem maior nível de fósforo em solução e reposição mais rápida do P-adsorvido que as plantas de culturas perenes.
Em geral, quando o solo apresenta níveis adequados de fósforo é recomendado apenas o valor de reposição do que foi utilizado pela cultura do milho (10 Kg de P2O5), aplicado no sulco de semeadura.
Já para solos que os níveis de P são baixos, o melhor é fazer a fosfatagem. Essa prática pode ser realizada de diversas maneiras, de acordo com a região do país e características do solo.
Fonte: Fertipar
Em termos de parcelamento, ele não é tão comum para o fósforo, até porque a aplicação no sulco de semeadura já é uma boa estratégia para que a fixação de P ocorra menos e seja assim melhor aproveitado pela cultura.
Conclusão
Aqui vimos a exigência de nutrientes pela cultura e quais as condições para que realmente a adubação de cobertura no milho seja necessária.
Não se esqueça de realizar amostragem e análise de solo recorrentemente, além de consultar um engenheiro(a) agrônomo(a). Aproveite as informações e boa safra!
Conteúdo excelente, para aprimorar um pouco mais o conhecimento nesta importante fase de cultivo do milho. Aprender é sempre necessário.
Obrigado por compartilhar informações importantes tmj
muito bom,mi ajudou muito.
Parabéns pelo artigo! Excelente material
Excelente artigo, Bruno!
Parabéns!
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