Pulverizador agrícola para trator: importância da manutenção e dicas para realizar uma regulagem eficiente
Por mais que o Brasil tenha avançado muito com o desenvolvimento tecnológico na agricultura, muitos produtores apresentam falhas graves na tecnologia de aplicação de suas lavouras.
Alguns estudos demonstram que apenas 5 a 10% dos pulverizados utilizados por agricultores não apresentam falhas de regulagem ou calibração.
Essas falhas na tecnologia de aplicação podem ocasionar diversas consequências, desde perdas na eficiência do manejo até danos a cultura e ao meio ambiente.
Se você quer saber como regular corretamente seu pulverizador, confira!
Pulverizador agrícola para trator: Informações importantes sobre a regulagem
Em muitos países a inspeção de pulverizadores é realizada por órgãos governamentais e é obrigatório.
O que tem gerado excelentes resultados nestes país, refletindo em maior eficiência no manejo e segurança alimentar.
O Brasil começou a avançar neste sentido com sistemas de inspeções voluntárias onde instituições públicas e privadas ajudam a levantar as principais falhas nos pulverizadores e treinam os produtores.
Por meio do projeto de inspeção periódica de pulverizadores (IPP).
Dentre esses estudos muitos apontam que a falta de capacitação do aplicador está diretamente ligada ao maior número e gravidade das falhas encontradas.
Por isso faça um programa de capacitação de seus aplicadores, essa prática com certeza lhe trará um ótimo retorno econômico e aumento da eficiência!
Fique atento, pois a ocorrência de falhas na regulagem e calibração de pulverizadores pode gerar um prejuízo médio de R$ 4.000,00 por ano aos agricultores, podendo chegar a R$ 40.000,00 em algumas situações.
Além disso, pesquisas identificaram maior incidência de falhas em pulverizadores com maior tempo de uso, devido a problemas na manutenção equipamento.
Dentre as principais falhas identificadas nesses estudos podemos citar:
- Presença, funcionamento e precisão do manômetro;
- Erro na dosagem do produto;
- Pontas de pulverização ruins;
- Erro na taxa de aplicação;
- Anti Gotejadores ruins ou ausentes;
- Variação na vazão dos bicos acima de 15%;
- Falta de proteção de partes móveis;
- Mangueiras mal localizadas;
- Vazamentos;
- Mangueiras danificadas;
- Espaçamento incorreto entre bicos.
Além dos gastos desnecessários e menor eficiência no manejo, essas falhas podem ser uma limitação ao uso de ferramentas importantes no combate a resistência de plantas daninhas a herbicidas.
Atualmente, uma grande ferramenta utilizada no manejo de plantas daninhas resistentes são os herbicidas aplicados em pré-emergência, entretanto, caso a tecnologia de aplicação não seja bem emprega diversos problemas podem ocorrer em sua propriedade.
Dentre esses os principais são carry over em culturas não alvo e contaminação do solo!
Além desta limitação, problemas na tecnologia de aplicação poderão ser uma barreira ao uso de novas tecnologias.
Pois novas tecnologias como Enlist® e Xtend®, podem ser excelentes ferramentas, contudo caso não empregadas juntamente com uma boa tecnologia de aplicação, ocorrerá alto potencial de deriva.
Principalmente para culturas muito suscetíveis como: uva, tomate, fumo e pepino!
Pulverizador agrícola para trator: como realizar a regulagem de um pulverizador de barras de maneira eficiente
A regulagem de um pulverizador pode ser definida como o ajuste da máquina às características das culturas e produtos a serem utilizados.
Por isso antes de regular seu pulverizador saiba para qual função o mesmo será utilizado.
Para isso separamos algumas dicas para te auxiliar nesta tarefa.
1ª A definição da marcha de trabalho e rotação do motor deve estar de acordo com as recomendações do fabricante
Lembre-se de testar se a velocidade escolhida é compatível com o terreno a ser aplicado e não ocasiona problemas na qualidade da aplicação como deriva.
Além disso, a rotação do motor não deve ser inferior a 540 rpm na tomada de potência, valor comumente recomendado pelas fabricantes de pulverizador agrícola para trator.
2ª Confira se o sistema de agitação do tanque está funcionando corretamente
O sistema de agitação da calda é muito importante para garantir a dose aplicada, se não estiver funcionando corretamente você poderá aplicar uma subdosagem no começo de sua aplicação e uma superdosagem no final.
3ª Confira se o conjunto de filtros é compatível com o produto utilizado
Antes de regular seu pulverizador tenha certeza que os filtros não estão sujo e danificados.
A formulação do produto conta muito na escolha dos filtros, alguns produtos como pó-molhável ou suspensão concentrada formam partículas maiores na calda e podem ficar retidos em peneiras com malhas muito finas.
4ª Defina o volume de calda para a aplicação a ser realizada
Muitos produtores padronizam o volume de calda para todas suas aplicações, porém isso é um erro e pode diminuir a eficiência do manejo.
O volume de calda deve ser determinado de acordo com o alvo desejado, o tipo de ponta utilizada, as condições climáticas, a arquitetura da planta e o tipo de produto a ser utilizado.
Muitos produtores definem o volume de calda somente pela logística da fazenda, utilizando volumes muito baixos que prejudicaram a eficiência da aplicação, por isso cuidado!
5ª Determine o tamanho das gotas que será necessário para atingir o alvo
O tamanho de gotas deverá ser escolhido de acordo com a necessidades de sua aplicação, levando em conta que gotas muito grossas tem menor cobertura e maior suscetibilidade a escorrimento.
Já gotas muito finas são mais suscetíveis a evaporação e carreamento pelo vento.
Deriva na aplicação de produtos fitossanitários
6ª Escolha uma ponta de pulverização
A escolha da ponta de pulverização determinará a vazão, distribuição e tamanhos das gotas de pulverização.
Por isso escolha uma ponta específica para o alvo e cultura a serem tratados.
Para facilitar sua escolha de uma ponta de pulverização confira!
7ª Certifique-se que a sobreposição e disposição das pontas estão corretas
As pontas de pulverização somente serão eficientes na aplicação da dose do produto se estiverem na posição correta.
Por isso confira a altura da ponta em relação ao alvo para garantir total abertura dos jatos e sobreposição correta dos mesmos.
No caso de jatos tipo leque, as pontas devem estar um pouco desencontrada para evitar que os leques se choquem e cause escorrimento.
Além disso a distância entre pontas de pulverização deve estar correta, para que a sobreposição seja uniforme.
8ª Regule a pressão de trabalho dentro do permitido pelo fabricante
O ajuste final do volume de calda deverá ser feito através da pressão, porém a pressão escolhida deverá estar dentro dos limites mínimos e máximos estipulados pelo fabricante das pontas de pulverização. Preferencialmente com valores médios.
Caso trabalhe com pressões menores que o recomendado poderá não ter um abertura correta do jato, ocasionando falhas na cobertura da área tratada.
Já no caso de pressões elevadas, a vida útil do seu sistema e principalmente das pontas de pulverização serão reduzidas.
9ª Realize a troca das pontas de pulverização que estiverem ruins
Caso a vazão da ponta de pulverização estiver 10% maior do que o estipulado pelo fabricante, deverá ser substituída.
Após os ajustes realizados na máquina, o aplicador deverá realizar um teste para garantir que a regulagem está proporcionando as condições planejadas.
Este processo é conhecido como calibração!
Para saber mais sobre o processo de calibração confira!
Conclusão
Neste artigo vimos a situação atual da tecnologia de aplicação do Brasil e a importância de realizar a manutenção periódica de pulverizadores.
Além disso, entendemos que uma boa tecnologia de aplicação será a base do combate a resistência de plantas daninhas nos próximos anos.
Para te auxiliar no processo de regulagem, vimos algumas dicas para escolher a velocidade de trabalho, volume de calda, a ponta de pulverização e a pressão de trabalho.
Você realiza inspeções periódicas em seu pulverizador? Ficou com alguma dúvida? Deixe seu comentário abaixo!
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