Hoje, vamos abordar sobre um elemento muito importante no cenário agrícola brasileiro que tem um ciclo bastante dinâmico no ambiente, o fósforo (P). Ele é um elemento essencial para o desenvolvimento da planta, participando de processos como a fotossíntese, respiração, armazenamento e transferência de energia, divisão e crescimento celular. Por interferir nesses processos, é importante oferecer um suprimento adequado de fósforo desde a germinação, principalmente em plantas de ciclo curto.
O fósforo apresenta grande mobilidade na planta, que. quando jovens absorvem maiores quantidades ocasionando crescimento rápido e intenso das raízes em ambientes com níveis adequados do nutriente. Porém, devido aos processos que ocasionam a formação dos nossos solos, ele é um nutriente que se adicionado em solos ácidos fica retido se tornando indisponível na solução do solo fato que o determina como elemento pouco móvel no solo, diminuindo sua disponibilidade para a planta.
Por ser um elemento vulnerável às transformações químicas e que participa de processos importantes para o desenvolvimento da planta entender sua importância, seu ciclo te auxilia nas tomadas de decisões que irão favorecer a eficiência do uso do fósforo gerando economia para o produtor e melhora na produtividade.
Formas no Solo e Dinâmica
O fósforo pode ser encontrado no solo em diversas formas como precipitado com alumínio, ferro ou cálcio, adsorvido aos óxidos de ferro e alumínio da fração argila, em solução, na forma orgânica ou fazendo parte de compostos de baixa solubilidade.
O solo pode comportar-se como fonte, quando supri as necessidades de P que a planta demanda, ou dreno, quando compete fortemente com as plantas fixando a maior parte do P adicionado ao solo, tem o comportamento de dreno de P. (Ferreira, N.R. 2014).
Solos menos intemperizados se comportam como fonte, e solos bem intemperizados como os brasileiros, tendem a comportar-se como dreno e competir com as plantas pela fixação do P adicionado via adubação (NOVAIS; SMYTH, 1999).
Forma de Absorção e Sintomas de Deficiência
O fósforo presente na solução do solo é absorvido pelas plantas sob a forma de ânions H2PO4-e HPO42-.
A planta com deficiência de fósforo apresenta porte pequeno, reduções na área e número de folhas (Figura 1), folhas velhas com coloração arroxeada (Figura 2), atraso no florescimento e número reduzido de frutos e sementes. devido a propriedade de mobilidade do P dos tecidos velhos para os mais novos,
As plantas deficientes em fósforo acumulam açúcar nos tecidos que sintetizam pigmentos escuros como as antocianinas, que gera coloração roxa nas folhas.
Figura 1: Plantas de milho que receberam aplicação de Superfosfato triplo em função das doses em Argissolo Vermelho distroférrico -Lvd. Sendo o vaso A: controle sem aplicação de P, B: 50 mg.dm-3, C:100 mg.dm-3, D:200 mg.dm-3e E:300 mg.dm-3. Experimento de mestrados de Ferreira, N.R., 2014.
Figura 2: A: Sintoma de deficiência de P em planta de milho. B: Plantas de milho que receberam aplicação de Superfosfato triplo em função das doses em Argissolo Vermelho distroférrico -Lvd. Experimento de mestrados de Ferreira, N.R., 2014.
Fatores que Favorecem o Uso Eficiente do Fósforo
O reconhecimento da área de plantio é o primeiro passo para nos direcionar a tomar a melhor decisão que favoreça a eficiência do fertilizante aplicado. E é importante saber o histórico da área, avaliar se já houve produção agrícola ou não, saber qual a classe de solo existente na área, textura do solo (as mais argilosas adsorvem mais o P).
Com o conhecimento no histórico da área é importante coletar amostras de solo para efetuar análise deste e assim, direcionar e formular um plano de ação utilizando técnicas para construir ou manter a fertilidade do solo. Se o solo estiver com o pH baixo é de extrema importância agir para elevar o pH e uma prática importante é a calagem.
A aplicação de calcário é a forma mais utilizada para elevar o pH do solo e fornecer cálcio, que estimula o crescimento radicular favorecendo uma maior exploração de nutrientes e água pelas plantas, e suprimento de magnésio para as plantas. A reação do calcário no solo gera íons (OH-) e estes substituem o lugar dos íons de fósforo fixado liberando-os para a solução do solo aumentando a disponibilidade de P e favorecendo a construção da fertilidade.
É importante definir o sistema de produção que irá ser utilizado e assim definir as culturas a serem exploradas pois cada uma tem sua exigência nutricional e cada sistema de produção irá proporcionar ou não a ciclagem de nutrientes.
A escolha do fertilizante fosfatado a ser adicionado via adubação deve ser realizada de acordo com a disponibilidade das fontes no mercado, preço, condição do solo, tipo de sistema de produção e forma de aplicação e devem ser instruídas por um técnico hábil que irá determinar a melhor opção.
As fontes de P mais utilizadas na adubação são obtidas pelo tratamento da rocha fosfática com ácido, e são fosfatos naturais. termofosfatos e fosfatos acidulados. Os principais fosfatos acidulados pertencem ao grupo dos superfosfatos, constituído pelo superfosfato simples (SSP), superfosfato triplo (TSP), fosfato monoamônico (MAP) e diamônico (DAP). Entre estes, o SSP, o TSP e o MAP são os mais utilizados na agricultura para fornecer P para as plantas (Lopes et al., 2004).
Além das características químicas e mineralógicas do solo os fatores relacionados à natureza do fertilizante também influenciam na eficiência agronômica. Portanto a eficiência agronômica dos adubos fosfatados é influenciada pelas fontes de fosfato, propriedades do solo, modos de aplicação e sistema de produção atrelado. Esses fatores estão relacionados a composição, mineralogia/cristalografia da rocha fosfática, grau de acidulação, solubilidade, granulometria dos fertilizantes.
A forma de aplicação do fertilizante fosfatado implica em sua disponibilidade devido a sua baixa mobilidade dificultando seu transporte, que é via difusão, até as raízes das plantas.
Tradicionalmente aplicação de fósforo vem sendo realizada no sulco do plantio, mas pesquisas vem demonstrando resultados favoráveis na aplicação à lanço ou superfície,.
Quando a adubação corretiva para construção da fertilidade já foi realizada, a adubação a lanço se demonstra eficiente, porém, em solos deficientes em P a eficiência do uso do P é menor que a em sulco de plantio. A correção prévia do solo em profundidade é importante para dar continuidade ao sistema de adubação a lanço e também auxilia na diminuição da dependência da precipitação regular.
A aplicação correta dos conceitos de manejo da fertilidade do solo sustenta a tomada de decisão para efetuar um plantio onde o uso do fósforo seja potencializado e convertido em produtividade.
A tecnologia esta a favor do produtor para auxiliar a identificar, catalogar e monitorar as condições da lavoura e fatores ambientais que possam interferir na produtividade das plantas como condições meteorológicas e nutricionais. Atualmente conseguimos ter precisão sobre chuvas, geadas, ventos e estiagens a nível de talhão e acompanhar sintomas de deficiência de nutrientes.
Resumindo é importante seguir três passos fundamentais que auxiliam a trilhar planejamento e colocar em pratica ações que favoreçam o uso Eficiente do Fósforo como:
Reconhecimento da área
Histórico da área.
Aptidão do solo.
Calagem
Construção da fertilidade do solo.
Escolha da Cultura e sistema de produção
Avaliar a necessidade da cultura.
Escolha do Fertilizante
Solubilidade
Granulometria
Forma de aplicação: lanço ou sulco do plantio.
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